Primeira Vez com Consciência: 20 Dicas Essenciais sobre Sexualidade

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Introdução: Como Tornar Sua Primeira Vez Consciente e Significativa

A educação sexual ainda é um dos temas mais cercados por tabus em nossa sociedade. Apesar de ser essencial para o bem-estar físico e emocional, ela frequentemente é tratada com vergonha, silêncio ou desinformação, tanto nas famílias quanto nas escolas. Quando se trata da “primeira vez”, essa barreira se intensifica, criando um ambiente onde dúvidas e inseguranças são ignoradas ou abordadas de maneira superficial, deixando jovens desamparados em momentos tão importantes.

Culturalmente, a sexualidade é cercada por mitos, expectativas irreais e cobranças, muitas vezes romantizadas ou distorcidas. Para alguns, a primeira experiência sexual carrega um peso desproporcional, vista como um “marco” de transição ou até mesmo como um teste de validação. No entanto, a falta de diálogo honesto sobre o tema acaba gerando medos, constrangimentos e, em muitos casos, experiências desnecessariamente dolorosas ou traumáticas. A ausência de orientação adequada deixa muitos jovens vulneráveis a informações incorretas ou perigosas.

Por isso, é urgente desmistificar a sexualidade e promover um espaço seguro para que todas as dúvidas sejam esclarecidas, sem julgamentos. A primeira vez não precisa ser um bicho de sete cabeças. Com conhecimento, respeito mútuo e um olhar atento às próprias vontades, é possível viver essa experiência de forma saudável e sem pressões desnecessárias. Este guia reúne 20 dicas práticas para ajudar quem está se preparando para esse momento, priorizando o autoconhecimento, a segurança e o cuidado emocional.

Adendo Importante: O texto a seguir utiliza linguagem neutra, ou seja, não associa pênis exclusivamente a homens nem vulva exclusivamente a mulheres. A sexualidade e o gênero são diversos, e essa escolha busca respeitar todas as identidades e vivências.

1. Use Camisinha Sempre

Essas são camisinhas que você pode obter gratuitamente pelo governo em estações de metrô e postos de saúde. Existem opções tanto para pênis quanto para vulva, garantindo proteção e cuidado para todos.

O prazer sexual começa com responsabilidade, e se prevenir é essencial para garantir uma experiência saudável e segura. A camisinha é uma aliada indispensável, pois protege não apenas contra ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), mas também contra uma gravidez não planejada. Por isso, é fundamental ter sempre uma à mão, especialmente se houver a possibilidade de acontecer penetração ou sexo oral. Certifique-se de armazená-la em local adequado, longe de calor excessivo ou objetos pontiagudos, para evitar danos. Além disso, antes de usar, verifique sempre a data de validade e o estado da embalagem para garantir sua eficácia. Lembre-se de que cuidado e prevenção são formas de demonstrar respeito por você e pela pessoa com quem está compartilhando o momento.

Por mais que essa dica pareça genérica e clichê, como aquelas que ouvimos nas aulas de biologia sobre educação sexual, os dados recentes mostram um cenário alarmante. Entre 2009 e 2019, o percentual de pessoas entre 13 e 17 anos que usaram preservativo na última relação sexual caiu de 72,5% para 59%. Além disso, cerca de 60% dos brasileiros acima de 18 anos afirmam nunca usar preservativo em suas relações sexuais. Esses números são preocupantes, pois indicam que muitas pessoas estão dispostas a correr o risco de contrair uma IST em vez de usar um preservativo. É importante lembrar que Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) não se resumem a casos como clamídia, que podem ser tratados rapidamente. Há doenças como HIV, HPV, sífilis, gonorreia, hepatites B e C, que possuem tratamentos, mas muitas vezes não têm cura. 

Uma questão importante a ser considerada é que muitas pessoas deixaram de usar preservativo, não apenas por não se sentirem confortáveis com ele, mas também porque o governo e o estado não oferecem uma educação sexual de qualidade, que realmente incentive o uso de métodos contraceptivos. Não podemos continuar tratando o sexo como um tabu sob a justificativa de estar “protegendo” os adolescentes do prazer. Precisamos entender que adolescentes podem, sim, ter relações sexuais, e a responsabilidade está em instruí-los adequadamente para que não sofram as consequências de um sexo desprotegido e irresponsável. Sou totalmente a favor de uma educação sexual libertadora, que ensine de forma clara e prática como se proteger, promovendo a conscientização sobre os direitos sexuais e reprodutivos de todos.

No Brasil, graças ao Sistema Único de Saúde (SUS), preservativos de qualidade são totalmente gratuitos, tanto para pênis quanto para vulva. Já dei algumas instruções sobre como preservar a camisinha, mas aqui vão mais algumas dicas importantes. Antes de usá-la, sempre verifique a data de validade. Apenas um dos parceiros deve usar a camisinha durante a penetração, pois, se ambos usarem, o atrito pode causar rompimento. Ao abrir a embalagem, use os dedos e tenha cuidado para não rasgar com os dentes. Se você tem alergia ao látex, existem camisinhas sem esse material, mas, infelizmente, elas não são fornecidas gratuitamente. Troque a camisinha se houver ejaculação, e também caso haja penetração em outras regiões do corpo. As camisinhas saborizadas são indicadas apenas para sexo oral. Usá-las em regiões íntimas pode causar irritações ou infecções, pois essas áreas são muito sensíveis. Para garantir a utilização correta, deixarei um desenho explicativo de como colocar a camisinha adequadamente.

Essa bula de como usar preservativos é de 2012, uma época em que ainda não se falava tanto sobre outros tipos de gênero. Por isso, ela associa camisinha de pênis à “camisinha masculina” e camisinha de vulva à “camisinha feminina”, termos que hoje buscamos atualizar para refletir a diversidade de corpos e identidades.

Um ponto importante a ser ressaltado é que esse alerta se aplica especialmente a pessoas com vulva que se relacionam com outras pessoas com vulva. Atualmente, não existem camisinhas específicas para esse tipo de relação. No entanto, é possível usar a camisinha feminina para fazer sexo oral, esticando-a delicadamente sobre a parte externa da vulva. Infelizmente, não há camisinhas disponíveis para a relação vulva-vulva (também conhecida como tesoura ou velcro, como preferir chamar). Por isso, é essencial que ambas as partes tomem ainda mais cuidado e responsabilidade para evitar riscos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), adotando medidas de prevenção como higiene e comunicação.

Essa, sem dúvida, é uma das dicas mais importantes de prevenção que vou compartilhar aqui. Não se deixem influenciar por frases como: “camisinha me aperta”, “eu sou limpinho(a)”, ou “vou tirar antes da hora”. Essas falas são mais comuns do que parecem, mas representam uma total falta de respeito com sua saúde e segurança. Quando alguém tenta te convencer a ignorar a prevenção, é um sinal claro de que não está levando em consideração os seus limites e bem-estar. Em uma relação sexual, o respeito deve ser mútuo e constante, e isso começa com a responsabilidade de se proteger. A sua saúde sexual é prioridade, e a camisinha é um dos métodos mais eficazes para evitar não apenas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), mas também gravidez não planejada. Se alguém não consegue respeitar o simples ato de colocar uma camisinha, essa pessoa provavelmente não será capaz de respeitar outros aspectos fundamentais, como o consentimento, a comunicação e os limites durante o sexo. Portanto, é fundamental cortar qualquer tipo de contato com quem desrespeita esse princípio básico de cuidado e respeito. Sua segurança deve sempre vir em primeiro lugar.

2. Lubrificantes São Essenciais

Os lubrificantes serão seus maiores aliados no prazer sexual. Pessoas com vulva, especialmente na primeira vez, podem sentir um certo nervosismo, o que faz com que o corpo não consiga relaxar totalmente, afetando a produção de lubrificação natural. Isso é completamente normal, especialmente se for a primeira vez da pessoa. Uma dica importante para quem tem vulva e está prestes a viver essa experiência é se hidratar bem antes, pois, em alguns casos, a falta de hidratação pode interferir na lubrificação natural do corpo, mesmo quando você não está nervosa. E, claro, os lubrificantes podem ajudar a garantir uma experiência mais confortável e prazerosa. Eles reduzem o atrito e tornam o ato sexual muito mais agradável, especialmente se o corpo não produzir lubrificação suficiente. 

Para escolher o lubrificante certo, opte por um à base de água ou silicone, pois esses não danificam o preservativo. O lubrificante à base de óleo, por outro lado, pode fragilizar o material do preservativo, tornando-o mais suscetível a rasgos. Por isso, os lubrificantes de óleo são mais indicados para massagens sexuais, já que não entram em contato com preservativos. Um exemplo disso são as velas eróticas, que ao derreterem se transformam em um óleo de massagem em temperatura morna. É importante também evitar lubrificantes naturais, como o óleo de coco, já que ele também pode comprometer a integridade do preservativo. O óleo de coco, embora seja popular, é mais recomendado para a masturbação de pessoas com vulva, pois derrete facilmente e pode criar problemas ao ser usado com preservativos.

Existem diversos tipos de lubrificantes no mercado, oferecendo uma gama de produtos para diferentes experiências. Alguns lubrificantes aquecem, outros esfriam, imitam sabores, têm efeitos analgésicos, proporcionam sensações de vibração ou até mesmo de mini choques. Há também opções especiais para sexo anal, entre muitas outras. No entanto, é importante usar esses produtos com moderação, pois as sensações que eles causam podem alterar o pH das regiões íntimas. Para a sua primeira vez, recomendo optar por um lubrificante à base de água simples, pois ele já oferece bastante versatilidade. Esse tipo de lubrificante é ideal para diferentes práticas, como penetração com dedos, dildos ou pênis, massagem, masturbação e até relações vulva-vulva. Além disso, lubrificantes à base de água não danificam o preservativo, garantindo uma experiência segura e confortável.

É importante esclarecer um ponto fundamental: muitos acreditam que cuspe e água podem servir como lubrificantes, mas isso não é verdade! Embora ambos sejam líquidos, eles não possuem as propriedades necessárias para garantir uma lubrificação adequada durante o sexo. Quando usados, a água e o cuspe criam um atrito diferente, como se fosse uma sacola molhada, o que pode causar desconforto, dor e até reduzir a lubrificação natural, tornando a experiência desagradável. Lembre-se também de que o SUS oferece lubrificantes gratuitos. Embora não sejam frascos grandes, eles são uma excelente opção para quem deseja experimentar um lubrificante pela primeira vez e não tem condições de comprar.

3. Conheça Seu Corpo Primeiro

Um conselho importante antes de você iniciar sua vida sexual é conhecer a si mesma. O autoconhecimento é essencial para desfrutar do prazer de maneira plena. Explore seu corpo, crie uma relação de prazer com ele e lembre-se de que seu corpo merece ser valorizado, não apenas pela pessoa com quem você se relaciona, mas também por você mesma. Que tal experimentar aquele toque com um cubo de gelo que sempre despertou sua curiosidade e ver como ele te faz sentir? Ou explorar as zonas do seu corpo com as pontas dos dedos, descobrindo como elas podem causar arrepios inesperados? Observar como seu corpo responde a essas sensações é fundamental para construir uma relação de prazer que vai além das áreas íntimas convencionais.

Descubra seus fetiches de forma natural, por meio da autodescoberta, e não com a influência de filmes pornográficos. Lembra daquele momento em que você esteve sozinha, explorando seu corpo? Talvez tenha surgido na sua mente algum cenário ou ideia que despertou sua curiosidade ou excitação. Se a resposta for sim, saiba que você está começando a compreender suas fantasias, desejos e fetiches sexuais. Esses desejos podem variar muito: desde práticas como o masoquismo ou ménage até uma fascinação por partes específicas do corpo, como os pés. Respeite e explore suas fantasias no seu tempo, com responsabilidade e consentimento.

Junto com os fetiches, é fundamental entender e estabelecer os seus limites. Eles podem ser classificados como flexíveis ou rígidos. Os limites flexíveis são aquelas práticas que você geralmente não faria, mas que poderiam ser consideradas em um cenário específico, com as condições adequadas, regras bem definidas e o conhecimento necessário. Já os limites rígidos são as barreiras intransponíveis: aquilo que você não faria sob nenhuma circunstância, porque não lhe parece excitante, confortável ou seguro. Reconhecer e respeitar esses limites é essencial para garantir que sua experiência sexual seja saudável e prazerosa.

Conversar sobre fetiches, desejos e limites com a pessoa que você gosta é fundamental para construir uma relação saudável, prazerosa e respeitosa. Ninguém pode adivinhar o que te dá prazer ou o que te deixa desconfortável, por isso, essa conversa é uma oportunidade valiosa para criar confiança, alinhar expectativas e fortalecer a conexão entre vocês. Ao compartilhar o que gostam e não gostam, ambos se sentem mais seguros e à vontade para explorar novas possibilidades juntos, sempre respeitando os limites individuais e garantindo que o consentimento mútuo seja uma prioridade. Essa troca deve acontecer em um ambiente tranquilo, sem pressa ou julgamentos, permitindo que vocês conheçam melhor um ao outro, aprofundem a intimidade emocional e criem experiências mais significativas. Comunicar-se abertamente sobre desejos e limites não apenas enriquece a relação, mas também demonstra cuidado, respeito e a intenção de construir uma vivência sexual baseada em conforto, confiança e prazer mútuo.

Na conversa sobre sua vida sexual e afetiva, é importante compartilhar alguns pontos-chave que podem ajudar a construir uma relação baseada em compreensão, respeito e alinhamento mútuo. Fale sobre como você imagina que gostaria que fosse sua primeira vez, mas sem criar expectativas irreais ou idealizações de contos de fadas. Explique um pouco sobre sua identidade sexual, como se identifica – lésbica, gay, pansexual, bissexual, heterossexual, entre outras –, e mencione se você utiliza algum método contraceptivo além da camisinha, como anticoncepcional, DIU, implante hormonal, adesivo, injeção, vasectomia ou laqueadura. Aproveite para falar sobre seus fetiches e fantasias sexuais, além de estabelecer seus limites, diferenciando entre os flexíveis (aqueles que poderiam ser negociados em situações específicas) e os rígidos (que você não está disposto a ultrapassar sob nenhuma circunstância). Também é válido explicar sua identidade de gênero – seja homem, mulher, não binário, gênero fluido ou bigênero – e o tipo de atração que você sente, como arromântica, assexual, alossexual ou demissexual. Essa troca honesta ajuda a criar um ambiente de confiança e segurança, permitindo que ambos se entendam e se conectem de forma mais profunda.

5. Sexo Não É Só Penetração

Quando começamos a compreender o conceito de sexualidade e relação sexual, percebemos que o sexo vai muito além da penetração. Infelizmente, fomos educados em uma cultura que, muitas vezes, define o sexo de forma heteronormativa, com foco quase exclusivo na penetração e, pior, que normaliza a ideia de que ele precisa ser doloroso para a mulher. Esse pensamento perpetua a noção de que o prazer masculino deve ser priorizado, enquanto a dor feminina é romantizada como algo inevitável ou até necessário. Contudo, a verdade é que o sexo não deve ser uma experiência de sofrimento ou obrigação, mas sim algo prazeroso, confortável e consensual para todos os envolvidos.

É fundamental entender que o sexo não precisa seguir uma ordem cronológica rígida ou um roteiro pré-definido. Não existe uma “forma correta” de fazer sexo, e ele certamente não precisa incluir penetração para ser válido ou satisfatório. Sexo pode ser oral, masturbação mútua, carícias, massagens eróticas, práticas de BDSM, uso de brinquedos eróticos ou o simples toque íntimo. Para quem tem vulva, por exemplo, práticas como vulva-vulva também são uma forma maravilhosa de explorar a conexão e o prazer. Cada uma dessas experiências tem o potencial de proporcionar prazer e intimidade, sem que seja necessário seguir padrões ou expectativas impostas. O importante é que o momento seja confortável e adaptado às preferências e limites de quem participa.

Essa ideia de que o sexo precisa ser linear – preliminares seguidas de penetração – é uma construção que desconsidera o fato de que cada pessoa sente e expressa o prazer de formas diferentes. É completamente válido explorar outros caminhos que fujam do modelo tradicional e permitam uma conexão mais significativa. Sexo não é uma tarefa a ser cumprida ou um checklist com etapas obrigatórias; ele deve ser um momento livre e sem pressões, onde cada um possa descobrir e compartilhar o que traz prazer. Essa liberdade para experimentar outras formas de conexão é essencial para quebrar a ideia de que a penetração é o ápice ou o objetivo final da relação sexual.

Por fim, é importante destacar que o sexo deve ser uma experiência prazerosa para todos os envolvidos, e não apenas uma forma de satisfazer o desejo de uma das partes, como frequentemente acontece na penetração heterossexual centrada no prazer masculino. A exploração de novas práticas e formas de intimidade não apenas amplia as possibilidades de prazer, mas também fortalece a conexão emocional entre os parceiros. Lembre-se: não há certo ou errado quando o assunto é sexo, desde que seja consensual, respeitoso e alinhado com os limites e desejos de quem está participando. Sexo é uma experiência única e pessoal, e sua beleza está exatamente na liberdade de vivê-lo de maneira autêntica, sem regras ou imposições.

6. Busque Satisfação, Não Perfeição

O sexo é perfeito quando é prazeroso, e não quando parece bonitinho visualmente. É importante desmistificar essa ideia de que o sexo precisa ser esteticamente impecável, algo que muitas vezes nos é vendido por filmes pornográficos e livros eróticos do Wattpad. Nessas narrativas, tudo parece idealizado: corpos perfeitos, movimentos sincronizados e nenhum sinal de desconforto ou imperfeição. A realidade, no entanto, é bem diferente, e isso não é algo ruim. Sexo humano é espontâneo, imprevisível e, principalmente, real. E é exatamente essa autenticidade que torna a experiência prazerosa e significativa, desde que feita com responsabilidade e respeito mútuo.

Como seres humanos, nossos corpos reagem de formas únicas e naturais durante a relação. É completamente normal suar, ter marcas que não correspondem aos padrões de perfeição impostos pela sociedade – como estrias, celulites, dobrinhas, texturas da pele ou até acne –, e ter pelos. Essas características não diminuem a experiência sexual; pelo contrário, elas fazem parte de quem somos e da intimidade que compartilhamos com outra pessoa. Durante o sexo, também é comum ficarmos ofegantes, com cabelos bagunçados e até boca ou garganta secas. Tudo isso é parte do processo natural do corpo, e aceitar essas realidades é um passo essencial para se sentir mais confortável e conectado consigo mesmo e com o parceiro.

Pessoas com vulva, quantas vezes vocês já se sentiram inseguras por sua vulva não ter os lábios internos pequenos e simétricos, ou por os lábios grandes serem finos e magros? Ou, quem sabe, o monte de Vênus não ser grande o suficiente para não ser comparado a um “capô de fusca”? A cor rosada, o gostinho doce, o cheiro de flores, o clitóris pequeno e a ideia de que você deveria conseguir aguentar horas seguidas de sexo… Quero contar um segredo para vocês: não existe vulva assim sem alguma modificação. O lip tint, por exemplo, foi criado originalmente para deixar a vulva rosada antes de ser introduzido no mundo da maquiagem. E a ninfoplastia é uma cirurgia que promete deixar a vulva mais simétrica e “pequena”.

Mas, aqui vai o mais importante: NÃO DÁ PARA SENTIR O CHEIRO E O GOSTO DA VULVA ASSISTINDO PORNÔ OU LENDO LIVROS ERÓTICOS. Para de se comparar com o que vê nessas produções! Cada vulva é única e linda do seu jeito. Não se deixe consumir por esses padrões irreais e criados para vender ideais de perfeição. O que importa é o prazer, a saúde e o conforto com o seu próprio corpo. A sua vulva é linda do jeito que é, e ela merece ser cuidada e valorizada.

Pessoas com pênis, quantas vezes vocês já se sentiram inseguros por não atenderem ao padrão ideal de pênis, como aquele de 30 cm, grosso, que dura horas seguidas, com a glande rosada, sem qualquer curvatura para os lados, e com o saco escrotal perfeito, sem parecer caído? Quero contar um segredo para vocês: a maioria dos pênis que vocês veem em filmes, fotos ou até nas redes sociais, passou por faloplastia – a cirurgia para aumentar e engrossar o pênis. Para corrigir a curvatura ou dar a impressão de um saco escrotal mais “esticado”, muitas vezes é realizada a escrotoplastia.

Mas a verdade é que o que realmente importa não é o tamanho ou a aparência idealizada que nos é imposta, mas sim o prazer, o bem-estar e a confiança que você tem com o seu próprio corpo. Cada pênis é único e tem sua própria beleza. As comparações criadas por padrões irreais são apenas uma forma de distorcer a verdadeira essência do prazer. Seu pênis é perfeito do jeito que é. Ao aprender a aceitá-lo, você vai perceber que o prazer verdadeiro está em se sentir confortável, confiante e em sintonia com o seu corpo. Deixe de lado os padrões impostos e celebre a sua própria individualidade.

O que realmente importa no sexo é a conexão genuína, o prazer mútuo e a aceitação do corpo como ele é. O sexo não precisa seguir um roteiro específico ou ter uma aparência perfeita para ser verdadeiramente prazeroso. Ele é sobre a troca de energia, o respeito mútuo e a liberdade de ser quem você é, sem se deixar levar pelas pressões externas ou pela ideia de atender expectativas irreais criadas pela sociedade. Cada corpo, cada experiência e cada momento são únicos, e o que torna o sexo especial é justamente essa fluidez e autenticidade. Aceitar que o sexo é imperfeito e natural, com suas falhas, imperfeições e surpresas, é um passo essencial para viver a sexualidade de forma saudável, plena e sem culpa. Ao se libertar das imposições externas, você se permite vivenciar o prazer de maneira mais genuína, com confiança e respeito próprio.

7. Confie no Parceiro (a/e)

A confiança é uma das chaves mais importantes para uma experiência sexual satisfatória. Quando você escolhe estar com alguém, é essencial que essa pessoa te faça sentir não apenas calma, mas também excitada, despertando uma combinação única de sensações. Essa mistura de tranquilidade e excitação é o que cria a base sólida para uma relação saudável, onde o prazer se torna uma experiência mútua e não apenas uma busca individual. Sentir-se confortável e segura no ambiente criado pelo parceiro é fundamental para que o corpo se entregue ao prazer, sem medos ou inseguranças. O sexo não é apenas sobre o ato físico, mas sobre a conexão emocional e o respeito mútuo que se constrói entre duas pessoas.

O mais importante em uma relação sexual é que o parceiro te faça sentir tranquila, relaxada e segura, sem pressões ou cobranças. Uma relação íntima deve ser um espaço onde você possa ser você mesma, sem medo de julgamento ou crítica. A comunicação aberta é essencial nesse processo: a pessoa com quem você está deve estar disposta a te escutar com atenção, respeitar os seus limites e estar preocupada genuinamente com o seu prazer. Quando a outra pessoa entende a importância do consentimento, do respeito e da empatia, a conexão que se forma é mais profunda, criando um ambiente onde ambos podem se explorar de forma plena e verdadeira.

É fundamental que os parceiros respeitem tudo sobre o outro. Respeitar os limites, as preferências, as vontades e os sentimentos é o alicerce para um sexo saudável e prazeroso. Ninguém deve se sentir pressionado a fazer algo que não quer ou que não se sente confortável. Isso inclui, além dos limites físicos, os emocionais. O respeito não deve ser apenas na prática sexual, mas também na maneira como um se comporta fora do quarto, como ao reconhecer o valor e as necessidades do outro. É esse respeito mútuo que faz o prazer ser algo compartilhado, com prazer para ambos, e não apenas uma experiência unilateral.

Evite ficar com alguém que não te respeita, que só pensa em si mesmo e ignora o que você sente. Um relacionamento sexual saudável deve ser construído sobre o respeito mútuo, a empatia e o cuidado com o outro. Quando ambos se importam genuinamente com o bem-estar e prazer do outro, a experiência sexual se torna mais rica, verdadeira e gratificante. Estar com alguém que entende que o prazer sexual é um ato de parceria, e não um serviço unidirecional, cria uma intimidade muito mais profunda e duradoura. Só assim a experiência se transforma, deixando de ser uma mera transação e se tornando uma verdadeira troca de prazer, conexão e respeito.

8. Espere Ser Maior de Idade

O sexo exige uma certa maturidade de ambos os lados, por isso, o ideal é esperar até que você seja maior de idade. Além de seu corpo já estar preparado para relações sexuais, é também a fase em que você provavelmente terá mais autoconhecimento sobre o que te dá prazer, saberá impor seus limites e escolher com quem se relaciona de forma mais consciente. Isso não significa, porém, que pessoas menores de idade não possam iniciar sua vida sexual, mas é essencial que estejam bem informadas sobre métodos contraceptivos e proteção. Quando se faz a escolha de se envolver sexualmente, é crucial que o uso de métodos contraceptivos além da camisinha seja considerado para garantir uma experiência mais segura e saudável.

A maturidade emocional e psicológica também é fundamental para escolher a pessoa com quem você quer ter sua primeira experiência sexual. Esse momento é único e deve ser vivido com alguém em quem você confie e se sinta confortável. Não se apresse – está tudo bem ser a última da turma a fazer sexo. Respeite seu tempo e suas escolhas. Se você ainda for menor de idade e decidir iniciar sua vida sexual, lembre-se que a responsabilidade sobre o que acontece em sua experiência é sua. É fundamental conversar abertamente sobre os métodos contraceptivos que serão utilizados e garantir que todos os cuidados necessários sejam tomados para evitar não apenas a gravidez indesejada, mas também infecções sexualmente transmissíveis.

Cuidado com falas de pessoas que tentam te convencer de que você e seu corpo são “muito maduros para sua idade”. Esse tipo de discurso pode ser uma manipulação perigosa. Só faça sexo quando se sentir realmente preparado ou preparada, e nunca por pressão de ninguém. Até lá, dedique-se a explorar seu corpo, conhecer seus limites e fantasias, e entender o que te dá prazer. Lembre-se que é totalmente válido esperar e que não há pressa para experimentar essa parte da vida. O respeito pelo seu tempo e pelo seu próprio ritmo é a chave para uma experiência sexual mais segura, saudável e prazerosa, além da compreensão de que, se escolher se envolver sexualmente, a proteção e o uso de métodos contraceptivos adequados são uma responsabilidade que vem com a experiência.

9. Aprenda Sobre Educação Sexual

Estudar sobre sexualidade proporciona uma visão mais ampla e profunda sobre o sexo, os relacionamentos, o ser humano e como funciona a sexualidade. Esses quatro elementos são fundamentais para entender as dinâmicas de uma relação sexual saudável e consensual. Contudo, é importante deixar claro que estudar sobre sexualidade vai muito além de simplesmente aprender “o que fazer” durante o sexo. A educação sexual deve ser compreendida de forma integral, envolvendo todos os aspectos que tornam as relações humanas saudáveis, respeitosas e prazerosas. Desde a educação sexual infantil até a vida adulta, é essencial que as pessoas sejam bem informadas para fazer escolhas conscientes e seguras.

A educação sexual infantil é crucial para formar uma base sólida de respeito pelo próprio corpo e pelos limites dos outros, além de ensinar sobre consentimento, privacidade e respeito. O consentimento é um dos pilares mais importantes de qualquer relação sexual. Ele deve ser dado de forma livre, clara e sem pressões, sendo um acordo mútuo entre as partes envolvidas. Quando o consentimento é presente, a experiência sexual se torna mais segura e prazerosa, criando um ambiente de confiança. Além disso, a informação sobre métodos contraceptivos é um pilar essencial para que as pessoas possam tomar decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva. Conhecer as diferentes opções, como preservativos, anticoncepcionais, DIU, vasectomia, laqueadura e outros métodos, permite que o indivíduo faça escolhas mais seguras, evitando doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas. Ao aprender sobre esses métodos, também se abre o entendimento sobre o ciclo menstrual, a gestação e os direitos reprodutivos, que são temas fundamentais para uma sexualidade responsável e saudável.

O aborto, por exemplo, é um tema que deve ser abordado de maneira responsável e informada. Entender o básico sobre aborto, como o acesso legal e seguro ao procedimento, e as implicações físicas e emocionais, é essencial para uma abordagem ética sobre os direitos reprodutivos. Em muitos lugares, o aborto é legalizado sob certas condições, como quando a gestação representa risco à saúde da pessoa grávida ou em casos de anencefalia. Além disso, é importante discutir a necessidade de acesso a métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada, o que pode prevenir a necessidade de aborto. O direito de escolher o que fazer com o próprio corpo é um aspecto fundamental da liberdade e da autonomia sexual, e a educação sobre o aborto deve ser feita com base no respeito aos direitos humanos e à saúde.

Estudar sobre identidade de gênero e sexualidade é outro aspecto essencial, pois permite compreender a diversidade de experiências humanas. O reconhecimento de que existem várias formas de viver a sexualidade, como nas relações não monogâmicas, e que a identidade de gênero não é binária, é fundamental para combater preconceitos e promover a aceitação. Além disso, é importante entender que a sexualidade envolve muito mais do que o ato sexual em si. Ela está relacionada aos fetiches, aos limites, à psicologia sexual, à maneira como nos relacionamos com os outros e conosco, e às formas como construímos intimidade e prazer. Cada pessoa tem suas preferências, e a comunicação aberta sobre limites, desejos e fantasias é essencial para a construção de relações respeitosas e agradáveis.

A história da sexualidade na humanidade também é um campo fascinante de estudo. Ao longo dos séculos, diferentes culturas e sociedades moldaram visões e comportamentos sexuais, desde práticas antigas, como o culto à fertilidade, até os avanços modernos na luta pelos direitos sexuais e reprodutivos. Entender essa história é fundamental para compreender as transformações sociais e os avanços que ainda precisamos alcançar. Quando estudamos sexualidade de forma abrangente, estamos não apenas conhecendo nossos corpos e desejos, mas também aprendendo a respeitar as escolhas e a diversidade dos outros, promovendo uma sociedade mais inclusiva e informada sobre os múltiplos aspectos da sexualidade humana.

10. Priorize o Cuidado Mútuo

O sexo deve ser uma experiência recíproca, em que ambas as partes se sintam confortáveis e desfrutem do momento, independentemente do contexto amoroso. O fundamental é que ninguém se veja como um objeto de prazer do outro. O respeito, a comunicação e o cuidado mútuo devem ser a base de qualquer relação sexual, criando um ambiente seguro e prazeroso para todos os envolvidos. O sexo é uma troca de energia e confiança, e é essencial que ambas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas em todas as suas individualidades.

É importante entender que o sexo não deve ser tratado como algo superficial ou descartável. Cada pessoa que se envolve em uma relação sexual merece ser cuidada, ouvida e respeitada em seus limites e desejos. A valorização do sexo vai além do simples ato físico; trata-se de um momento íntimo e único, onde o bem-estar emocional e o prazer de ambos devem ser priorizados. Conversar com a pessoa, perguntar sobre o que ela gosta, respeitar seus tempos e limites, é fundamental para construir uma experiência significativa.

Abandonar o outro como se fosse um simples objeto, sem considerar seus sentimentos e necessidades, é uma atitude desrespeitosa e egoísta. O sexo é uma experiência compartilhada e deve ser vivido com a intenção de proporcionar prazer mútuo, não apenas satisfazer desejos individuais. Cuidar da pessoa, conversar sobre o que agrada, e garantir que ambos estejam em sintonia emocional e fisicamente é o que torna o sexo realmente significativo e valioso. Respeitar o outro é a chave para uma sexualidade saudável e gratificante.

Quando falamos em cuidado, também estamos nos referindo à higiene, que é um aspecto essencial para garantir uma experiência sexual saudável e agradável. Manter-se com bom hálito, corpo limpo, unhas aparadas e genitais higienizados são atitudes fundamentais, não apenas para criar um ambiente mais excitante, mas também para prevenir possíveis infecções e desconfortos. Esses cuidados básicos demonstram respeito pela saúde e pelo bem-estar de ambos os envolvidos. A higiene é uma forma de carinho e cuidado com o outro, promovendo uma sensação de conforto e segurança durante a relação sexual.

É importante lembrar que, embora maquiagem, depilação e unhas pintadas sejam opções pessoais e válidas, o foco deve sempre ser o conforto e o bem-estar de cada pessoa. O sexo não deve ser visto como uma performance, mas sim como uma troca genuína de prazer e respeito. O cuidado adicional com a higiene e a atenção aos detalhes antes, durante e depois do sexo são um reflexo de como você se importa com o outro e com a experiência compartilhada. Isso demonstra que, independentemente do tipo de relacionamento, o cuidado mútuo é a chave para uma vivência sexual mais agradável e saudável.

Além disso, esse cuidado não se limita apenas à higiene pessoal, mas também envolve a atenção aos sentimentos e ao conforto do parceiro. A comunicação sobre limites, desejos e expectativas é parte importante desse processo. Cuidar do outro, perguntar o que ele ou ela gosta, respeitar os momentos de pausa ou de mais intimidade são atitudes que enriquecem a experiência sexual, criando um ambiente de respeito e confiança. A relação sexual deve ser uma vivência compartilhada, onde o prazer de ambos é priorizado, e onde o cuidado, a higiene e o respeito mutuo se unem para tornar a experiência mais prazerosa e segura para todos.

11. Comida Não É Brinquedo Sexual

Quantas vezes você já viu em filmes pornográficos cenas em que alimentos como legumes, chantilly, leite condensado ou doces são usados durante o sexo? Embora essa prática seja amplamente normalizada na indústria pornográfica, ela não é recomendada para a saúde, especialmente quando se trata das genitálias. O uso de alimentos pode alterar o pH vaginal, criando um ambiente propício para infecções, como candidíase, além de causar desconfortos como mau odor e irritações. Esses riscos aumentam a chance de desconforto e complicações, fazendo com que práticas que podem parecer inofensivas na ficção não sejam seguras na realidade.

Felizmente, hoje em dia existem alternativas mais seguras e desenvolvidas para esse tipo de brincadeira, como lubrificantes com sabores e texturas semelhantes a alimentos, mas projetados para serem usados de forma segura nas áreas íntimas. Produtos como lubrificantes com sabor de chantilly ou frutas são uma opção muito mais segura, porque foram formulados para manter o equilíbrio do pH e não causar reações indesejadas. Além disso, existem brinquedos sexuais, como vibradores com formatos criativos, que permitem explorar fantasias sem os riscos associados ao uso de alimentos. O mais importante é sempre priorizar a segurança e o conforto durante a prática sexual.

Outro ponto importante a ser discutido é o mito propagado pelo patriarcado pornográfico, que sugere que o uso de coisas doces, como frutas ou alimentos açucarados, na vulva a tornaria “melhor” ou “mais aceitável”. Essa ideia não só é errada, mas reforça estigmas e pressões sobre as genitálias femininas, fazendo com que as pessoas com vulvas se sintam inseguras quanto aos seus cheiros e sabores naturais. É fundamental desmistificar essa ideia e compreender que a vulva tem seu próprio cheiro e gosto, completamente naturais, e que não há absolutamente nada de errado nisso. Cada corpo tem sua singularidade, e a aceitação do cheiro e sabor naturais das genitálias é essencial para a autoestima e a conexão genuína com o próprio corpo.

O importante é lembrar que não há necessidade de mascarar ou mudar esse cheiro e gosto naturais para se adequar a padrões impostos pela sociedade. A vulva, como qualquer outra parte do corpo, é linda e única em sua natureza. Não é necessário recorrer a produtos ou alimentos artificiais para agradar a ninguém, nem para se sentir “aceitável”. A verdadeira confiança vem da aceitação do próprio corpo, e essa aceitação deve ser cultivada sem pressões externas. Respeitar a natureza do próprio corpo e entender que as genitálias, assim como todas as partes de nós, têm suas próprias características naturais, é fundamental para viver a sexualidade de forma mais saudável e plena.

Valorize o cuidado com sua saúde e autoconfiança, pois o prazer sexual deve ser sempre saudável e respeitoso com seu corpo. Usar alimentos durante o sexo pode afetar o pH das genitais, além de aumentar o risco de infecções e desconfortos. O prazer verdadeiro vem da consciência de que seu corpo merece cuidados e respeito. Ao focar em alternativas seguras, como lubrificantes e brinquedos apropriados, você pode explorar suas fantasias de maneira segura e prazerosa, sem colocar em risco sua saúde. Mantenha o autocuidado em primeiro lugar, deixando os alimentos para a cozinha e priorizando seu bem-estar.

12. Objetos Sexuais Melhoram Tudo

Mesmo que seja sua primeira vez, se você já tem um certo autoconhecimento sobre o que te dá prazer e sente curiosidade sobre brinquedos sexuais, não há problema em explorar essa possibilidade. Os brinquedos podem adicionar uma nova dimensão à experiência, tornando o momento mais leve, divertido e até mais satisfatório para ambos. No entanto, é fundamental que você converse abertamente com a pessoa com quem vai se relacionar. Pergunte como ela se sente sobre a ideia e explore juntos essa possibilidade. A comunicação clara e respeitosa é a base para um sexo saudável e prazeroso, permitindo que ambos se sintam confortáveis com a exploração de novas experiências.

Objetos sexuais, como vibradores, anéis penianos ou plugs, não são apenas ferramentas para prazer individual. Eles também podem intensificar a conexão entre os parceiros e melhorar a vida sexual de casais. Esses itens ajudam a explorar sensações diferentes, a aumentar o prazer e a criar momentos únicos, ampliando as possibilidades de prazer e criando uma experiência compartilhada que vai além do convencional. A utilização desses brinquedos pode ser uma forma de fortalecer a intimidade e o prazer, desde que ambos estejam de acordo e confortáveis com a ideia.

Aqui vai um recado especial para casais héteros cisgêneros, especialmente para os homens: não tenham medo do vibrador. Ele não é um concorrente, mas sim um aliado no prazer do casal. Se você sente insegurança com a ideia de sua parceira usar um vibrador, lembre-se de que ele não substitui a conexão emocional e física que vocês têm. O vibrador é apenas uma ferramenta que pode ajudar a intensificar o prazer para ambos, e muitos homens relatam sentir mais prazer ao ver sua parceira atingindo orgasmos mais intensos com o auxílio do brinquedo.

Se a insegurança vem de pensar que um objeto vibrante poderia substituir você na relação, é importante refletir sobre o que isso diz sobre sua própria percepção de si mesmo. O vibrador não tem a intenção de tomar seu lugar, mas sim de expandir as possibilidades de prazer. Se você sente que sua masculinidade está sendo ameaçada por um pedaço de silicone ou plástico, talvez a questão não esteja no brinquedo em si, mas na sua própria insegurança. A culpa não é do vibrador; é você quem precisa lidar com o medo de ser substituído.

É fundamental entender que o uso de brinquedos sexuais não diminui a importância do parceiro na relação, mas amplia a experiência. O vibrador pode criar um ambiente mais aberto e satisfatório, proporcionando novos momentos de prazer para o casal. Ao permitir que o brinquedo faça parte da relação, você está fortalecendo o vínculo, aumentando o prazer mútuo e criando uma experiência mais rica e inovadora para ambos. O diálogo, o respeito e a autoconfiança são a chave para transformar esse medo em uma oportunidade de crescimento e intimidade no relacionamento.

Portanto, mesmo que seja sua primeira vez, por que não explorar novas possibilidades? Os brinquedos sexuais podem ser uma maneira incrível de enriquecer a experiência, adicionando diversão e prazer de uma forma única, sempre com respeito aos limites e conforto de ambos. Lembre-se, o sexo é uma jornada de descoberta constante, e cada nova experiência tem o poder de aprofundar a conexão e o prazer entre vocês. Não se prenda a expectativas ou receios – se entregue à exploração, ao prazer e à liberdade de experimentar!

13. Não Faça Nada Que Não Te Deixe Confortável

O sexo deve ser, acima de tudo, uma experiência de prazer, confiança e respeito mútuo. Não importa se é sua primeira vez ou não, o mais importante é que você se sinta confortável e segura com tudo o que está acontecendo. Se, em algum momento, algo não lhe parecer certo, não hesite em dizer não. Nenhuma relação sexual deve envolver pressões ou a obrigação de realizar atos que você não queira ou que não lhe tragam prazer. O sexo é uma troca, e a base dessa troca deve ser a liberdade de escolha e o consentimento. Você tem o direito de decidir o que é bom para você, sem sentir que precisa atender a expectativas externas ou seguir padrões impostos.

Se alguém tentar usar aquele argumento de “Ah, mas se você não tentar, como vai saber se gosta?”, entenda que isso pode ser uma tentativa de manipulação emocional. Sua primeira vez não é uma prova a ser superada ou um teste de desempenho; ela é apenas um momento de exploração e autoconhecimento. Não se deixe pressionar para agradar o outro ou para seguir uma ideia que não ressoa com você. Você não tem que experimentar nada que não queira, especialmente se não se sente confortável com a ideia. Sua vida sexual deve ser construída de maneira consciente, levando em conta suas emoções e desejos, não os dos outros.

Caso a pessoa com quem você está insista em fazer algo que você não quer, a situação deve ser interrompida imediatamente. Insistir em pressionar alguém a fazer algo contra sua vontade é um sinal claro de desrespeito. Ninguém merece passar por esse tipo de experiência, e é ainda mais importante lembrar que momentos de intimidade e descoberta devem ser seguros e respeitosos. Você tem o direito de afirmar seus limites, e esses limites devem ser sempre respeitados, não importa quem esteja do outro lado. Sua primeira experiência sexual deve ser sobre você – seus sentimentos, seus desejos e, acima de tudo, o seu prazer.

Lembre-se, sua primeira vez não é sobre impressionar ou provar algo a alguém. Ela deve ser um momento de descoberta, de autoconhecimento e de prazer genuíno. A experiência sexual é única para cada pessoa, e o mais importante é que você esteja com alguém que compreenda seus limites e os respeite. Quando você se sente livre para explorar sem pressões externas, a experiência se torna muito mais rica e significativa. Estar com alguém que respeite seus limites fará toda a diferença, não só na primeira vez, mas também em todas as futuras experiências.

14. Você Já É Perfeito (a/e)

O amor próprio é a base para uma vida sexual plena e satisfatória. Antes de qualquer coisa, é fundamental que você se sinta bem com o seu corpo e com a sua identidade. O capitalismo e o patriarcado se alimentam da insegurança que criam, impondo padrões estéticos inatingíveis e vendendo uma ideia de “perfeição” que nunca existiu. A indústria da beleza, com suas promessas de corpos impecáveis, está em constante busca por lucrar com as inseguranças das pessoas, especialmente das mulheres, ao criar e reforçar ideias de corpos ideais, livre de imperfeições. Porém, o verdadeiro amor próprio começa quando você reconhece que esses padrões são artificiais, criados para que você se sinta inadequada e, assim, consuma mais e mais produtos. A busca pela perfeição não é só uma armadilha estética, mas também emocional, que nos impede de sermos felizes e autênticos com nossos corpos.

Quando você se permite enxergar a si mesma como única e maravilhosa do jeito que é, a libertação acontece. Esse é o primeiro passo no amor próprio e na sexualidade saudável: aceitar que o corpo não precisa corresponder a um ideal de “beleza” imposto pela sociedade para ser digno de prazer. A sexualidade humana é diversa, assim como os corpos, e a prazerosa experiência sexual não é um reflexo de como o corpo se encaixa em um padrão, mas sim da confiança, do respeito e da conexão entre as pessoas envolvidas. Esse reconhecimento de que o corpo tem suas próprias belezas, sejam elas “convencionais” ou não, é essencial para se sentir à vontade no momento íntimo. Isso não só ajuda a melhorar a autoestima, como também transforma a maneira como você se vê e se relaciona com o sexo.

Amar o próprio corpo também significa cuidar dele e ouvir o que ele precisa. Isso inclui explorar as próprias zonas erógenas e entender o que lhe dá prazer. O autoconhecimento é uma ferramenta poderosa na descoberta sexual. Quando você se dedica a conhecer seu corpo de forma não crítica, mas com curiosidade e respeito, você cria um espaço de liberdade onde o prazer é possível e natural. Esse autoconhecimento vai além da masturbação: ele também envolve o reconhecimento de limites, o entendimento de desejos, o respeito aos próprios sentimentos e a disposição para comunicar essas necessidades de forma clara e assertiva durante o sexo. Quando você se sente confortável e empoderada em relação ao seu corpo, isso se reflete diretamente na maneira como você se relaciona com os outros, tornando as experiências sexuais mais intensas e gratificantes.

No sexo, o amor próprio também se traduz em saber que você merece uma experiência que seja prazerosa, respeitosa e consentida. Não se trata de agradar o outro ou atender a expectativas de desempenho, mas sim de focar no seu prazer e bem-estar. A confiança no próprio corpo e a aceitação do que ele é permitem que você se entregue ao momento, sem o medo de ser julgada ou de não atingir um padrão. Isso é fundamental para que o sexo se torne uma experiência positiva e satisfatória, onde ambos os parceiros se sintam confortáveis e felizes. O prazer sexual não está atrelado ao corpo “ideal” ou à estética, mas à conexão emocional, ao respeito mútuo e à comunicação aberta.

Por fim, o amor próprio no sexo não significa ser egoísta ou egocêntrica, mas sim estar consciente de seus próprios limites e desejos, e respeitá-los. Isso inclui a capacidade de dizer “não” quando algo não te agrada, sem medo de desagradar ou ser vista como “difícil”. A capacidade de se comunicar e de se impor com gentileza é uma das formas mais profundas de amor próprio. Quanto mais você se valoriza, mais fácil se torna fazer escolhas que respeitem o seu corpo e seus sentimentos. O amor próprio não só faz com que você se sinta mais segura, mas também mais poderosa em qualquer tipo de relação, tornando o sexo mais prazeroso e livre de expectativas externas. E lembre-se: o sexo deve ser algo que você faz por você, e não por obrigação ou pressão do outro. A verdadeira satisfação vem do respeito e do prazer mútuo, mas começa com o respeito a si mesma.

15. Faça Xixi Após o Sexo

Essa dica é especialmente para quem tem vulva e é um cuidado simples, mas extremamente importante para manter sua saúde íntima em dia. Fazer xixi após o ato sexual é uma medida fácil e eficaz para evitar infecções, como as urinárias. Durante o sexo, seja com dedos, brinquedos ou pênis, é natural que algumas bactérias da região anal possam acabar sendo transferidas para a uretra ou para a vagina. Isso ocorre por uma questão anatômica, já que essas regiões estão próximas uma da outra. Isso não é culpa de quem está com você, mas é algo que acontece de forma natural.

Ao urinar após o sexo, você ajuda a eliminar possíveis bactérias da uretra, evitando que elas se desenvolvam e causem infecções. Esse hábito simples, porém eficaz, pode fazer uma grande diferença na sua saúde íntima. Além disso, lembre-se de que a higiene da vulva também é essencial. Lave-a com água morna e evite usar sabonetes ou produtos perfumados, que podem desequilibrar o pH natural da região, favorecendo o surgimento de infecções. O cuidado com a higiene deve ser feito de forma delicada e sem pressa, para garantir que a região esteja bem limpa e sem irritações.

Outro ponto que merece atenção é a relação entre a penetração anal e a vaginal. Mesmo se houver uma boa higienização, a região anal contém bactérias que não devem ser transferidas para a vagina ou a uretra, pois isso pode resultar em infecções graves. Se vocês estiverem explorando diferentes tipos de penetração, é importante trocar o preservativo entre cada ato ou higienizar muito bem os brinquedos e as mãos antes de mudar o tipo de atividade. Isso ajuda a manter a experiência sexual segura e evita qualquer desconforto ou problema de saúde.

Cuidar da sua saúde íntima é uma demonstração de respeito por si mesma e pelo seu corpo. Além de ser fundamental para o bem-estar, esses hábitos simples garantem que sua vida sexual seja mais segura e prazerosa. Não tenha vergonha de priorizar sua saúde — você merece um prazer sem preocupações e com total tranquilidade. E lembre-se, essas práticas são apenas mais um jeito de cuidar de si, para que você se sinta bem durante e depois do sexo.

16. Hímen Não é Sinal de Virgindade

A virgindade e os mitos que a cercam são temas profundamente enraizados na história, muitas vezes utilizados para controlar a sexualidade das mulheres e das pessoas com vulva. A tradição de “sujar o lençol de sangue” como um sinal de virgindade, por exemplo, é uma ideia que persiste há séculos, alimentada pela moralidade patriarcal e a tentativa de definir o valor de uma pessoa com base em sua sexualidade. Mas o que muitos não sabem é que essa ideia está longe de refletir a realidade biológica, e é hora de desmistificar esses conceitos que perpetuam a opressão e o controle sobre os corpos femininos.

O hímen, que muitos associam à virgindade, é, na verdade, uma estrutura fina e flexível que varia de pessoa para pessoa, sem nenhuma relação com a pureza ou “perda” de algo. A tradição de que o rompimento do hímen durante a primeira relação sexual deve ser acompanhado de sangramento é uma construção social que visa subjugar e controlar a sexualidade das mulheres, criando expectativas irreais e limitantes sobre o que deve ser vivido e como. Essa ideia reforça uma narrativa de que a mulher é um objeto a ser “validado”, ao invés de um ser autônomo, com total liberdade para definir sua própria sexualidade.

É preciso entender que essas práticas e crenças não têm respaldo científico e são, na verdade, um reflexo de uma sociedade que busca restringir as experiências sexuais das mulheres, limitando o entendimento de que o prazer e a experiência sexual são pessoais e devem ser vividos de forma autêntica. Ao longo do tempo, a pressão para que as mulheres “provem” sua virgindade se tornou uma imposição que contribui para a perpetuação de estigmas e constrangimentos, que apenas reforçam a ideia de que o corpo feminino está à disposição de uma moralidade que não lhe pertence.

O hímen, essa fina membrana localizada na entrada da vagina, pode ser alterado de várias formas antes mesmo de qualquer atividade sexual. Exercícios físicos intensos, dança, o uso de absorventes internos, até o simples passar do tempo e as mudanças naturais do corpo podem causar alterações no hímen. Ele não é uma barreira inflexível que se rompe apenas com penetração vaginal, e sim uma estrutura flexível que varia de pessoa para pessoa. A ideia de que a virgindade feminina está intrinsecamente ligada à ruptura do hímen e ao sangramento durante a primeira relação sexual é um mito profundamente enraizado na sociedade patriarcal, que busca controlar o corpo das mulheres e definir sua sexualidade de acordo com regras antiquadas. Essa narrativa de pureza e submissão coloca o corpo da mulher como algo que precisa ser validado por um homem, esquecendo que a sexualidade é uma experiência pessoal, única e deve ser celebrada como tal, sem depender de um “rito de passagem” imposto pela sociedade.

É fundamental também repensarmos a ideia de que “perder a virgindade” é algo que só pode acontecer através da penetração vaginal. A experiência sexual é muito mais do que esse ato específico e envolve uma vasta gama de práticas que promovem prazer, intimidade e conexão. Sexo oral, carícias, masturbação mútua e outros tipos de interação sexual também são formas de explorar a sexualidade e podem ser tão significativas quanto a penetração. A definição do que significa “perder a virgindade” é profundamente subjetiva e pessoal. Ela não deve ser limitada por uma visão heteronormativa ou patriarcal que reduz a sexualidade a um único ato. Cada pessoa tem o direito de explorar sua sexualidade de maneira única, de acordo com suas próprias escolhas, e de definir o que é importante para ela sem ser pressionada por padrões sociais que não refletem a diversidade das experiências humanas.

Além disso, é importante desfazer a ideia de que a primeira experiência sexual precisa ser dolorosa ou traumática. Essa crença está enraizada na ideia de que o sexo é uma experiência de sacrifício ou submissão, especialmente para as mulheres, e isso é completamente equivocado. A dor ou desconforto durante o sexo muitas vezes está relacionada a fatores como a falta de preparação, lubrificação, comunicação ou, mais grave ainda, a falta de consentimento. Sexo deve ser uma experiência prazerosa e consensual, em que ambas as partes se sintam confortáveis e respeitadas. A ideia de que a perda da virgindade precisa ser dolorosa, que envolve dor ou sangramento, é uma narrativa patriarcal ultrapassada, que tenta associar a sexualidade feminina ao sofrimento. Cada pessoa merece ter uma experiência sexual saudável e prazerosa, onde seus limites e desejos sejam respeitados, sem que seu corpo seja visto como um objeto a ser “testado” ou “provado” para outras pessoas. A sexualidade é um campo de exploração pessoal e não deve ser definida por ninguém além de você.

17. Planeje um Método Contraceptivo

É fundamental buscar métodos contraceptivos adequados para garantir uma prevenção eficaz e que se encaixe no seu estilo de vida e saúde. Embora a pílula anticoncepcional seja uma opção popular, ela não é a única e nem sempre a mais indicada para todas as pessoas. Existem alternativas como o DIU, implantes hormonais, adesivos e métodos de barreira, que podem ser mais adequados dependendo da sua saúde, rotina e necessidades. Cada método tem suas características, e a melhor escolha deve ser feita em conjunto com um ginecologista, que pode indicar a opção mais segura e eficiente para cada caso. Consultar um profissional de saúde regularmente é importante para avaliar os métodos e garantir que o que você está utilizando continue sendo o mais apropriado para você.

Além disso, é essencial evitar o uso excessivo da pílula do dia seguinte. Embora seja uma opção de emergência em caso de falha do método contraceptivo ou relação sexual desprotegida, ela não deve ser usada com frequência. A pílula do dia seguinte não é um método contraceptivo regular e pode causar efeitos colaterais, como desequilíbrio hormonal, irregularidade menstrual e até mesmo complicações de saúde em longo prazo se usada em excesso. Por isso, é muito mais eficaz e seguro contar com um método contraceptivo contínuo, que seja adequado ao seu corpo e à sua rotina.

Lembre-se que a consulta com um ginecologista é a chave para garantir que você está tomando as decisões mais informadas sobre sua saúde sexual e reprodutiva. Não há um método universal que funcione igualmente para todas as pessoas, por isso, é importante que o acompanhamento médico seja contínuo. A escolha de um contraceptivo deve ser feita de forma consciente, levando em conta seu bem-estar, saúde geral e as opções disponíveis, sempre com a orientação de um profissional especializado. A prevenção de gravidez não planejada vai além do uso de pílulas de emergência e envolve um compromisso com sua saúde e com escolhas informadas.

18. Não Tenha Pressa

A pressa no sexo pode criar uma pressão desnecessária e muitas vezes prejudicial, tanto para quem está vivenciando a experiência quanto para a relação em si. Não há um tempo certo ou um ritmo pré-determinado para o prazer sexual. Cada pessoa tem sua própria jornada, com diferentes sensações, limites e preferências. Por isso, é importante lembrar que o sexo não é uma corrida para atingir um objetivo, mas sim uma experiência que deve ser vivida de maneira plena e sem pressa. Ao respeitar seu próprio tempo e o do seu parceiro, você garante que o momento seja mais prazeroso, tranquilo e respeitoso, evitando o desgaste emocional que a ansiedade pode trazer.

Muitas vezes, a sociedade nos impõe um ritmo acelerado, com expectativas irreais sobre o que é “normal” ou “desejável” em uma relação sexual. Esse tipo de pressão pode causar ansiedade e insegurança, dificultando a conexão íntima verdadeira entre as pessoas envolvidas. Quando há uma preocupação excessiva com a performance, com a duração do ato ou com a necessidade de atingir um “clímax” rapidamente, perdemos a oportunidade de curtir o momento e explorar as diferentes formas de prazer que o sexo pode proporcionar. O prazer é único e pessoal, e não deve ser limitado a um cronograma, mas sim à liberdade de vivê-lo conforme a vontade de cada um. Quando permitimos que o sexo flua naturalmente, sem pressa, ele se torna mais prazeroso e significativo, aprofundando o vínculo entre os envolvidos.

Fazer sexo no seu tempo significa ser fiel ao que você sente e ao que seu corpo precisa. Não há problema em querer explorar o ato sexual com calma, em desacelerar e aproveitar cada sensação sem pressa para atingir um final. Isso vale também para a comunicação durante o sexo: conversar sobre o que agrada, o que pode ser melhorado, ou até mesmo parar para ajustar algo, são atitudes que tornam o momento mais íntimo e prazeroso. O sexo é um espaço de troca, respeito e consentimento, e isso só é possível quando se tem paciência para compreender o outro e a si mesmo. Ao respeitar o tempo de cada um, as inseguranças diminuem e o prazer cresce, criando uma experiência mais satisfatória e verdadeira para todos.

Além disso, o sexo não precisa ser realizado sempre com o objetivo de alcançar um orgasmo. Muitas vezes, a ansiedade pela expectativa do prazer final faz com que não aproveitemos os outros aspectos da intimidade, como a conexão emocional, os toques, os beijos e os carinhos. O sexo é uma construção de momentos e sensações, e cada etapa do processo pode ser incrível se dermos tempo para explorá-la. A busca incessante pelo orgasmo muitas vezes nos impede de viver a experiência de forma mais completa e sensorial. Lembre-se: o prazer não é uma linha de chegada, é uma experiência que deve ser desfrutada em todos os seus aspectos. O sexo no seu tempo, sem pressa, traz mais autenticidade e conexão, permitindo que você se permita realmente vivê-lo no seu próprio ritmo.

19. Prepare-se para Rir

No sexo, muitas vezes, esperamos que tudo seja perfeito e suave, mas a realidade é que, de vez em quando, as coisas podem sair um pouco do script – e isso é completamente normal! Desde um espirro inesperado até um barulho estranho, ou até mesmo um tropeço na hora de se movimentar, esses momentos podem ser hilários e fazem parte do processo. A expectativa de uma experiência sempre “sem falhas” pode até gerar mais ansiedade do que prazer, e é justamente por isso que aprender a rir desses imprevistos pode ser uma grande vantagem.

Imprevistos no sexo não são um sinal de fracasso, mas sim de que estamos lidando com seres humanos imperfeitos. Pode ser que, ao tentar algo novo, um de vocês perca o equilíbrio ou que, no calor do momento, surjam risadas incontroláveis, especialmente quando as coisas não saem como o planejado. Talvez um dos dois faça um barulho estranho ou se atrapalhe com a roupa. Isso não é motivo de vergonha; ao contrário, é uma ótima oportunidade para rir juntos e deixar o momento mais leve e descontraído. Rir dessas situações permite que o sexo seja uma experiência mais natural e divertida, sem as expectativas de perfeição que a sociedade muitas vezes tenta nos impor.

Lembrar-se de rir quando as coisas saem do esperado também ajuda a aliviar a tensão. Isso mostra que ambos estão confortáveis o suficiente para ser vulneráveis e para ver o lado engraçado da vida sexual. A intimidade não é só sobre prazer físico; ela também é sobre compartilhar momentos autênticos, mesmo quando eles não são como o roteiro de um filme. Então, se algo inesperado acontecer – como um ângulo estranho, um som que não estava planejado ou até mesmo uma pausa repentina para corrigir alguma coisa – relaxe e ria disso com seu parceiro. Essa atitude só vai aproximá-los mais e torná-los mais conectados.

No fim das contas, o sexo não é sobre atingir uma perfeição impossível, mas sobre a conexão genuína entre as pessoas envolvidas. Quando aprendemos a rir dos momentos inesperados, o prazer se torna mais leve e divertido. Aceitar que o sexo, assim como qualquer outro aspecto da vida, pode ter suas surpresas, cria uma atmosfera de cumplicidade e naturalidade que torna a experiência ainda mais prazerosa. Então, prepare-se para rir – porque no sexo, as risadas são tão importantes quanto os suspiros.

20. Ouça e Preste Atenção no seu Corpo

Ouvir e prestar atenção ao que o seu corpo está sentindo durante o sexo é uma das práticas mais poderosas para garantir uma experiência verdadeiramente prazerosa e respeitosa consigo mesmo. Muitas vezes, nos concentramos tanto em agradar o parceiro ou em cumprir com certas expectativas que esquecemos de nos perguntar: “Estou realmente sentindo prazer?” O prazer sexual não é uma experiência uniforme e, por isso, cada corpo tem suas próprias respostas e necessidades. Se você começar a notar sinais de desconforto, dor ou qualquer outra sensação negativa, é fundamental dar atenção a isso e ajustar a situação. O sexo não deve ser uma experiência unilateral; ele deve envolver tanto o prazer quanto o consentimento e o bem-estar de todas as pessoas envolvidas.

Escutar seu corpo também significa aprender a distinguir entre o que é prazeroso e o que não é. Em muitos casos, a comunicação com o parceiro(a) pode ajudar muito, mas a primeira conversa deve ser com você mesmo. O prazer não deve ser forçado, e muitas vezes as pessoas continuam em uma prática que não está sendo prazerosa, porque não sabem ou não se sentem à vontade para parar e dizer algo. Se, durante o sexo, você perceber que algo não está funcionando ou que não está gerando prazer, é absolutamente válido interromper ou tentar outro caminho. O prazer sexual deve ser construído com base no respeito mútuo e, para isso, é preciso ser honesto sobre o que seu corpo está realmente sentindo.

Além disso, prestar atenção ao seu corpo permite que você se torne mais consciente das suas necessidades e desejos. Isso se aplica a questões físicas, como explorar zonas erógenas e perceber como o seu corpo responde a diferentes toques, mas também a aspectos emocionais e psicológicos. O que pode ser excitante em um momento, pode não ser o mesmo em outro, e isso é normal. O mais importante é não se pressionar para atingir uma performance ou um objetivo específico, mas sim para conectar-se com as sensações que seu corpo está experimentando. Ao fazer isso, o prazer se torna mais genuíno, livre de expectativas externas, e você vai se tornar mais confiante em comunicar o que quer, o que não quer e o que realmente o excita. Ao final, essa escuta atenta ao corpo cria uma experiência de sexo mais enriquecedora e satisfatória, tanto para você quanto para o(a) parceiro(a).

Conclusão: Sexo Deve Ser Prazer!

Concluindo, o sexo deve ser sempre uma experiência prazerosa, respeitosa e, acima de tudo, consensual. Ao longo de nossa conversa, exploramos a importância de estar atento ao seu corpo, à comunicação aberta com o parceiro, à compreensão de que o prazer deve ser uma busca mútua e descomplicada, e que não há uma fórmula única ou perfeita para o que deve ser vivido entre duas ou mais pessoas. O sexo não precisa ser um momento de pressão ou de expectativas inalcançáveis; ele é, na verdade, um campo de descobertas, de aprendizado sobre si mesmo e sobre o outro. Respeitar os próprios limites, dar tempo para o que está acontecendo e garantir que todos estejam confortáveis são chaves para uma vivência sexual mais saudável e prazerosa.

Além disso, falamos sobre a importância de buscar métodos contraceptivos que se adequem ao seu corpo e a sua rotina, sem cair na tentação de recorrer constantemente a soluções emergenciais. E claro, sempre que necessário, o acompanhamento de um ginecologista deve ser parte da sua jornada de cuidados com sua saúde íntima. Seja em uma relação casual ou de longo prazo, o prazer sexual deve ser algo vivido de forma leve e sem pressa. Apressar-se pode prejudicar a conexão e a vivência plena do momento, portanto, é sempre importante dar o tempo necessário para explorar o que é bom para cada um.

Por fim, o sexo é uma experiência única, e não existe um jeito certo ou errado de vivê-lo, desde que seja consensual, respeitoso e prazeroso. Portanto, permita-se experimentar, ouvir o seu corpo, e, se for o caso, até rir nas situações inesperadas. O que importa é o prazer compartilhado e a liberdade de se expressar de forma autêntica.

Com tudo isso em mente, espero que sua jornada sexual seja cada vez mais empoderada, prazerosa e, claro, cheia de autoconhecimento e respeito. Mandando muitos beijinhos e carinhos para você, Narah Verde!

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